O mundo inteiro pareceu segurar o fôlego.
E quando o novo Papa apareceu, o que se viu não foi apenas um homem de branco.
Era um símbolo.
De esperança.
De recomeço.
Não importa de onde viemos ou qual fé carregamos — há momentos em que o coração humano reconhece algo maior.
A eleição de um Papa não é apenas um rito da Igreja.
É um lembrete silencioso de que, em meio a tantas disputas, ainda buscamos alguém que fale de paz, compaixão e futuro.
Que esse novo tempo inspire menos julgamento e mais escuta.
Menos poder e mais serviço.
Porque, no fim das contas, o que o mundo espera de um Papa — e talvez de todos nós — é apenas uma coisa: humanidade.
Há lugares que não se visitam — se atravessam.
E a Guiné-Bissau foi isso para mim: travessia.
Mais do que paisagem, encontrei ancestralidade.
Mais do que um destino, uma origem que me olhava de volta.
A terra vermelha nos pés, o olhar firme de quem vive muito com pouco, a música que não pede licença para entrar no corpo.
E uma dignidade que não se explica, só se sente.
Na Guiné, cada gesto é memória. Cada silêncio, resistência.
E eu fui menos turista e mais testemunha.
Menos visitante e mais aprendiz.
Levei palavras, mas voltei com histórias que ainda não sei nomear.
Porque há viagens que a gente faz com o corpo —
mas que seguem acontecendo dentro da gente, muito depois da volta.
Enquanto a gente “passa pano”, eles "passam a mão".
Mais um escândalo. Mais um roubo. E mais uma vez, os aposentados pagam a conta.
O que aconteceu no INSS é criminoso, mas não é novidade. Quando o dinheiro some dos cofres públicos, some também da mesa de quem trabalhou a vida inteira. E o silêncio de muitos é cúmplice.
Seguimos alimentando essa máquina de corrupção quando defendemos políticos como se fossem ídolos intocáveis. Quando fingimos que “o nosso lado” é diferente. Mas no fundo — lá no fundo mesmo — a gente sabe: são todos farinha do mesmo saco.
E enquanto continuarmos torcendo por partidos como quem torce por campeonato, nada muda. Eles seguem roubando. E a conta, adivinha? Continua chegando pra quem mais precisa.
📣 É hora de parar de normalizar o absurdo. É hora de exigir responsabilidade. De todos os lados.
O valor dos gestos que ninguém viu
Existem gestos que não saem em fotos.
Uma conversa às 3 da manhã. Uma renúncia sem plateia. Um cuidado que ninguém percebeu — mas que sustentou tudo.
Na escrita, gosto de buscar esses momentos. Porque são eles que revelam o que há de mais bonito em uma história.
O que ninguém viu, muitas vezes, foi o que segurou tudo de pé.
Nestes tempos de notícias rápidas e tantas distrações, grandes momentos passam despecebidos.
E elem são fundamentais.
E merecem ser contados.
Em um mundo tão diverso, há algo profundamente bonito em ver pessoas, de diferentes crenças e culturas, voltarem seus olhos para o Vaticano com o coração cheio de esperança.
A eleição de um novo papa não é apenas um rito católico — é também um lembrete de que ainda acreditamos em líderes espirituais capazes de inspirar humanidade, compaixão e transformação.
Mesmo quem não compartilha da mesma fé sente o impacto desse momento.
Porque esperança, afinal, é universal.